Frustações à Parte - !

Na minha vida (mesmo muito curta) tive que abrir mão de muitas coisas. Amigos, Família, Colegas, Inimigos em fim, uma infinidade de coisas. Aprendi que o apego é necessário para o todo e sempre e acredite, aprendi isso da pior forma possível. Parece que quando estamos mais empolgados num determinado lugar, é a hora que temos que parar e reconstruir outro sonho.

O destino começou a roubar o tempo de mim desde muito cedo, quando criança, ele fez questão de roubar a minha inocência me expondo à perigos vitais e bem claros a fronte da sociedade, problemas ocultados para evitar ainda mais problemas, mas que sempre me atormentam, perco dias e noites de sono pensando numa vingança digna mas sei que se não à fizer, o próprio destino se encarregará disso. Submisso à ameaças, tive de sofrer calado, afônico dotado de uma sombra que encobria minha alma e libertava o meu medo. Traumas seguidos como uma tatuagem, marcado pra sempre, deixando um estigma no mais profundo interior. A vontade de gritar era abafada pelas possíveis pioras do caso.
Na sequência, fui apresentado a um mundo caro, que pedia muito de mim, dívidas adquiridas a partir do 1° passo, uma vontade do proibido que saciava o insaciável, sequenciado de uma abstinência que insistia em não passar. Com muito esforço, consegui a libertação disso, mas o primeiro trauma tinha se instalado de uma forma que era quase como uma extensão do DNA!
Logo depois, por ironia do destino, ganhei outra vida, outra chance de ser o que eu não tinha a mínima vocação mas tinha força de vontade, uma máscara que coloquei afim de me esquivar do que me perseguia por excelência, infelizmente não foi suficiente. Tive de largar o 1° amor, o 1° beijo. Sempre soube que não iríamos muito longe nisso, mas o pouco que durou, foi muito bom, experiência pra vovô nenhum por defeito mas tive de abrir mão disso.
Família dividida, paramos noutro canto, distante a pino das extremidades deste país tropical! Maravilhado, cheio de sonhos, esperanças, caí no erro, e mais uma vez o destino me ataca sem chance de defesa. Obrigado a abrir mão dos sonhos que tinha no interior, tive que refazê-los, adaptá-los e adequá-los. (até aqui: Abri mão [obrigatoriamente] do futuro certo, dos amigos, da família, do 1° amor e dos sonhos, mas ganhei uma oportunidade de refazê-los) Mal sabia eu que a vida, vida de verdade, nem tinha começado.

Adaptando-me ao novo habitat, conheci os bandos que circundavam meu território, descobri que eu era o único estranho ali e fiz questão de me juntar para ser igual, e me juntei demais.
Meus novos sonhos, nova vida parecia ser realmente o que fora eternamente, como mais uma máscara, descobrindo assim que elas eram uma forma de me proteger (ou viver do auto-engano).
A vida seguiu tranquilamente por 7 anos, com relacionamentos dos mais diversos, curtos, longos, com gente de mais idade, com umas mais novinhas e assim foi, até me apaixonar por algo que estava longe, do outro lado do atlântico, e o melhor, não chegaria perto de mim nem tão cedo, mais dia ou menos dia, teria que abrir mão disso também...

... Continua ...

Oliver T.